Quando o assunto é terror, não tem jeito, ou é 8 ou é 80. Não existe filme meio termo e por isso os que realmente são bons sempre acabam se destacando e virando grandes Blockbusters, o que não é o caso de “Rogai Por Nós”, dirigido por Evan Spiliotopoulos, famoso por filmes como “O Caçador E A Rainha De Gelo” de 2016, “A Bela E A Fera” de 2017 e “As Panteras” de 2019.
Nota: 5,8/10.
O filme foi lançado oficialmente em maio de 2021 e conta a história de Gerry Fenn, um jornalista cujo nome está manchado por conta das mentiras que inventou para promover sua carreira. Gerry, por inocência, quebra uma boneca muito antiga que guardava um espírito e horas depois Alice, uma moça antes surda e muda, começa a falar de forma inexplicável, afirmando que a Virgem Maria a curou. Após esse acontecimento começam a ocorrer diversos milagres aos moradores dessa pequena cidade, mas será que esses feitos vem do divino?
A ideia do longa é realmente muito criativa, principalmente por usar de feitos religiosos para pregar o perdão e a segunda chance que damos àqueles que erraram conosco, de fato boa parte do filme é interessante e envolvente, por apresentar uma trama com um mistério que precisa ser solucionado, mas a magia é quebrada com os recursos de CGI mal usados, desperdiçados com jumpscares sem graça e sem emoção.
O elenco é realmente impecável, a atuação é excepcional, principalmente se tratando de Cary Elwes, famoso por “Jogos Mortais” e Jeffrey Dean Morgan o queridinho de “Supernatural”. Até mesmo a atriz Cricket Brown, que interpretou Alice, teve um desempenho notável, mas mesmo assim o filme segue manchado pelo espírito de CGI que mais parece ter saído de um jogo de vídeo game dos anos 90.
A trama é um tanto fantasiosa e levanta diversos questionamentos, mas sem responder muitos deles no final. Logo percebemos que se trata de um daqueles filmes que tem “moral da história” e a desse é “não confie em falsos profetas”, isso após usar e abusar do passado obscuro da igreja católica, principalmente durante a Santa Inquisição.
O filme acaba retratando as práticas pagãs como “feitos do diabo” e mostra, de forma lúdica, as bruxas como se fossem seres demoníacos capazes de realizar milagres com poderes que partem do inferno, como se a inquisição não tivesse sido uma carnificina desnecessária. Ainda assim, é um filme cuja trama teria sido melhor desenvolvida com menos efeito alegóricos e com mais seriedade nos temas abordados.
Os pontos mais relevantes da obra são os momentos que dissecam as burocracias que envolvem o vaticano e como os chamados “milagres” precisam passar por uma avaliação, isso além do clima investigativo que envolve o filme, principalmente se aproximando do final. Tem tudo pra ser um daqueles clássicos que os casais assistem sexta-feira à noite, mas não passa disso.
Assista ao trailer:
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